Direitos do leitor



Ler é bom para a mente, pois requer do indivíduo adquirir habilidades intelectuais básicas; a arte da leitura; a arte de falar sobre o que é lido; a arte de pensar sobre o que é lido e discutido. Isso fornece condições propícias para a aquisição dessas qualidades mentais favoráveis. Os grandes livros são os maiores e melhores materiais que a mente humana pode explorar para que obtenha introspecção, discernimento e sabedoria.

Luis Fernando Veríssimo defende o direito sagrado e inalienável de não ler, este que nem sempre sabe que tem e raramente usa. O exercício deste direito também promove o saudável hábito de pensar: “O que eu estou fazendo lendo isto em vez de estar lendo...” e em seguida fazer uma lista mental de todos os que você poderia estar lendo sem perder seu de tempo.




O escritor francês Daniel Pennac em seu livro “Como um romance”, aborda um tema desconhecido no Brasil: os direitos do leitor. O autor lança um manifesto contra “a obrigação de ler”, postura esta que vem afastando os jovens dos livros, massacrados pela imposição de critérios que não respeitam principalmente a individualidade do leitor. Acredita que, se houvesse alguma liberdade no ato de ler, mais estudantes desenvolveriam o gosto pela leitura. E é nisso que o livro de Daniel Pennac vem acrescentar em regime de urgência urgentíssima no Brasil: as estratégias para garantir uma relação gostosa com a leitura e o exercício pleno dos direitos do leitor.Daniel Pennac é um professor de literatura, portanto, é inquestionável o seu gosto pela leitura e, obviamente, pelos clássicos. Mas, isso não o impede de lançar um alerta sobre a dificuldade dos leitores iniciantes de encarar a leitura dos "tijolos", aqueles livros clássicos de centenas de páginas. Sintetiza os 10 direitos do leitor e diz que, se o ensino da prática da leitura se pautar futuramente nesses itens, mudaríamos o quadro de repulsa dos alunos pela leitura.




“O homem constrói casas porque está vivo, mas escreve livros porque se sabe mortal. Ele vive em grupo porque é gregário, mas lê porque se sabe só. Esta leitura é para ele uma companhia que não ocupa o lugar de qualquer outra, mas nenhuma outra companhia saberia substituir. Ela não lhe oferece qualquer explicação definitiva sobre seu destino, mas tece uma trama cerrada de conivência entre a vida e ele. Ínfimas e secretas conivências que falam da paradoxal felicidade de viver, enquanto elas mesmas deixam claro o trágico absurdo da vida. De tal forma que nossas razões para ler são tão estranhas quanto nossas razões para viver. E a ninguém é dado o poder para pedir contas dessa intimidade.” Daniel Pennac