Sabella, uma Vampira nas Galaxias




Olá amigos, passeando pela internet, hoje achei um livro bem diferente, Sabella, uma vampira nas galáxias, cujo título original é Sabella or The Blood Stone, mistura fantasia e ficção científica. Para conhecer mais sobre o livro, leia a sinopse abaixo:
Sinopse: Sabella é uma das descendentes de colonizadores de Novo Marte, um planeta com características similares ao xará do sistema solar, e também é uma vampira. A moça recebe uma herança, junto com ela a revelação de que sua tia falecida sabia de sua origem e um perseguidor extremamente persistente.
Sabella é um casamento interessante entre a Ficção Científica e as histórias de vampiro, com elementos bem característicos de ambos os universos. Este é um recurso utilizado quando um dos dois gêneros está sem fôlego ou quando o autor já se propõe a navegar nestas águas.
Quando se tenta este tipo de mistura, corre-se o risco de parecer artificial, sem realmente inovar coisa alguma em genero nenhum. Se o autor usar recursos de FC num romance de vampiro eles têm que se justificar no enredo, desafio este vencido por Tanith Lee em Sabella. A sua personagem não está num planeta distante apenas porque os leitores enjoaram da velha Transilvânia.
O recurso se justifica por causa da origem do vampiro, associada à história específica do planeta, habitado anteriormente por uma espécie humanóide que deixou apenas ruínas e provavelmente agonizou lentamente com a perda de água.
Há algumas coisas importantes a destacar em Sabella. A narrativa em primeira pessoa é uma delas. Um recurso necessário para que a busca pela sua origem seja mostrada com parte da verdade oculta, já que a personagem não sabe de todos os fatos. E, de quando em quanto, a personagem refere-se a si mesma em terceira pessoa, como se fosse um alter-ego conselheiro, que a impulsiona (“Vá até ele Sabella, chegue mais perto”), ou protege (“Corra, Sabella, corra!”). Este recurso permite sublinhar algumas cenas, colocando o leitor num clima com um certo suspense.
Outra, é o erotismo que permeia varias cenas, colocando Sabella ao lado de outras vampiras clássicas. O ponto de vista é feminino, com uma inversão dos papéis sexuais: é ela quem seduz e penetra (com os dentes), numa relação ambígua com as vítimas, pois o homem seduzido sabe que será vampirizado e o deseja, mesmo sabendo do risco da morte.
O seu caçador também merece destaque. Ele aparece como um sedutor cínico, invertendo o jogo de Sabella, pois ela sabe que ele quer matá-la, mesmo assim sente-se incapaz de uma reação mais efetiva e o deseja, mais do que uma vítima.
O jogo entre os dois e o mistério da origem de Sabella, descoberto pela sua falecida tia, são os focos narrativos mais importantes da noveleta, muito bem conduzidos tornando prazerosa a leitura.
Um destaque extra para o final, que surpreende, justificando a contextualização do universo escolhido para a origem de Sabella e o comportamento ambíguo de seu perseguidor.